Wednesday, May 26, 2010

Queria escrever-te um poema.

Um poema que tornasse concebível o amor que tenho por ti.
Um poema que substituisse todos os medos por promessas.
Um poema que diminuisse distâncias ao alcance de um beijo teu.

Mas quando te tenho perto prometo-te o meu amor no beijo,
E não tenho medo.. porque és tu o meu poema.
I never knew what to do with people. I'd dive under to try to avoid each dissapointment but it seemed everytime I came up for air the angry sea caught up with me. Every breath became harder, every blow made me weaker, I was drowning.
Maybe it was my fault, venturing into the water when I didn't know how to swim. Everyone else made it look so easy. No matter how hard I tried to learn, I just couldn't get it right. I convinced myself I didn't like the sea because I couldn't enjoy it, and the notion that I was only - barely - surviving made it a frightening monster in my mind.
I stopped trying eventually. I let myself sink, tired and bruised, into the deep dark emptiness. I lay there, my limp body against the cold sand, for a long time. I was sure I was dead. I waited for the sharks to come tear away what was left of me - skin and bones - my insides were empty. I was hollow. They never came.
It was when I stopped fighting that the current had enough strength to carry me. I had given up, it was stronger than I was. My fate lay in its path. We travelled togehter, in silence, until I started feeling warmth again. I was floating. The sun shone through my skin, slowly replacing the freezing numbness with a tingling heat.
I took a risk, scared though I was, I opened my eyes. I could see, clearly. Like I had discovered glasses after a lifetime of blurred vision. I had thought the bluriness was clarity. That it was never brighter than shadows.
In the distance, somewhere along the horizon, there was an island. It was still far away and my body was still sore but I could feel myself floating in its direction. So I waited a while longer.
I was close now. I felt something. Something inside. Fear. Hope. Excitement. I knew then I was alive. And full.
Cautiously, I stretched out my arms, I pushed against the water with my feet, I tried. I was swimming. I could swim. Somehow along the way, I had finally figured it out. I knew in my heart, my beating heart, that I would be safe if only I reached that island. My strokes were still clumsy, and I too frail to gain speed, but I knew I'd get there. And I did.
I walked up to the beach, leaving the sea behind as I felt the sand between my toes. I was home.
I had work ahead of me yet. A life to build on my island. With bathtubs and bicycles and cherry trees. But there was time. As long as I had my island I would never drown again.

Sunday, May 23, 2010

Quero-te perto.

Preciso.
Preciso de te sentir.
A tua pele morena.
A tua pele salgada.
A tua pele macia.

A tua pele na minha.

Friday, May 14, 2010

"Pedro lembrando Inês

Em quem pensar, agora, senão em ti? Tu, que
me esvaziaste de coisas incertas, e trouxeste a
manhã da minha noite. É verdade que te podia
dizer: "Como é mais fácil deixar que as coisas
não mudem, sermos o que sempre fomos, mudarmos
apenas dentro de nós próprios?" Mas ensinaste-me
a sermos dois; e a ser contigo aquilo que sou,
até sermos um apenas no amor que nos une,
contra a solidão que nos divide. Mas é isto o amor:
ver-te mesmo quando te não vejo, ouvir a tua
voz que abre as fontes de todos os rios, mesmo
esse que mal corria quando por ele passamos,
subindo a margem em que descobri o sentido
de irmos contra o tempo, para ganhar o tempo
que o tempo nos rouba. Como gosto, meu amor,
de chegar antes de ti para te ver chegar: com
a surpresa dos teus cabelos, e o teu rosto de água
fresca que eu bebo, com esta sede que não passa. Tu:
a primavera luminosa da minha expectativa,
a mais certa certeza de que gosto de ti, como
gostas de mim, até ao fim do mundo que me deste."

- Nuno Júdice

Thursday, May 13, 2010

Wednesday, May 12, 2010

Every day that passes is a day closer to you.

A casa está em obras e todas as superfícies estão cobertas de pó. O único lugar vago para sentar é o baloiçinho de madeira pendurado no alpendre. Balanço-me lentamente, para trás e para a frente, virada para o sol, e perco-me em cenários imaginados, de olhos fechados, que um dia sei que vou partilhar.
Penso na simplicidade de um baloiço; duas cordas e uma tábua de madeira. Em torno, penso na nossa simplicidade, a que permeia quando estamos só os dois, e em como ela sustenta a complexidade do que nos rodeia. Essa complexidade dissolverá com o tempo, o peso do tempo provamos continuamente conseguir suportar, e a simplicidade, esta que é só nossa, permanece a única realidade.

No campo sinto mais ainda a tua falta.

I've been waiting for years. I never knew what I was waiting for. Now I do. I know it in my veins.

Tenho o mar à minha frente! O mar da Comporta. Aninhada num puff cor-de-laranja, coberta por uma manta às riscas cor-de-rosa, com um chá de frutos vermelhos a aquecer-me as mãos. O vento luta por virar as folhas do meu caderno mas eu não deixo. Apetece-me um doce. O mar está três tons de azul, pintalgado de rebentações em branco. Gosto do mar. A ilusão do infinito. O leito do sol. Uma tarte de limão talvez. Não. Tiramisú. É pelo nome. Há palavras a que não resisto. Garfo ou colher? Colher. Mmmm... desfaz-se na língua. E o pó de chocolate cola ao céu da boca. Comer pode ser um prazer. Há descobertas que demoram. Invariavelmente, escrevo alguma coisa que me faz pensar em ti. É mais forte que eu, és o meu tema preferido. Inexhaustible. Há descobertas que demoram. Descobri-te. E quero continuar a fazê-lo. E quero que demore. E quero descobrir contigo. E quero que me descubras. E mais, muito mais... «Discover me discovering you.»

Tuesday, May 11, 2010

«You will only expect a few words. What will those be? When the heart is full it may run over; but the real fullness stays within...Words can never tell you...how perfectly dear you are to me - perfectly dear to my heart and soul. I look back and in every one point, every word and gesture, every letter, every silence - you have been entirely perfect to me - I would not change one word, one look.»

- Robert Browning

Monday, May 10, 2010

You are my postcard. You didn't even have to ask.

(But I'm glad you did.)

Sunday, May 09, 2010

stolen secrets.







Sentada na sala de leitura da fnac. Sentar-me-ia no chão, não fosse o estar de saia. Num canto, dois adolescente partilham apaixonadamente um livro. Sinto um traço de inveja. Uma inveja saudável. Um dia vou.. sentar-me no canto de uma livraria a ler um livro contigo - apaixonadamente.
Tenho no colo um livro de PostSecrets, que folheio freneticamente. Ocorre-me que, agora sim, tenho verdadeiramente um segredo que poderia enviar. Tiro descaradamente umas quantas fotografias a algumas páginas predilectas com o meu telefone e não tenho medo se devia ou não. Ha! Pequena vitória nº164.

Hoje sinto-me gira. Em contrapartida ao fracasso de ontem. Vestida como uma maluca, as usual, mas é mesmo assim que me sinto "eu". E "eu" sou gira.

Adoro andar de escadas rolantes. É mágico. E as do metro do Chiado são geniais.

Saturday, May 08, 2010

Dear Jack,

It was lovely to see you today. I've missed you. And don't worry, I'm not upset you got my clothes all dirty. I would have been sad if you hadn't come give me a hug. Remember our agreement? You could sit on me all you wanted as long as I could cuddle you whenever I needed the closeness I wasn't allowed. Anyway, I just wanted to tell you I quite like the paw print on my jumper, it makes me smile.

A big slobbery kiss,

M.

P.s. Thank you for keeping my secrets so safe, you're better at it than me, I think they're written all over my face.

(it has to be enough)

Que tempo deprimente. Não tenho vontade de fazer nada mas aborreço-me com a inutilidade. Não me apetece estar acompanhada e odeio estar sozinha. A manhã que ansiei já vai longe e agora sabe a pouco. Estou a refilar. Sinto-me insegura, é só isso. É este medo persistente de que as minhas cores verdadeiras não sejam coloridas o suficiente. Hoje era um daqueles dias perfeitos para me enroscar no sofá com uma manta e um chá a ver um filme. Mas a manta não tapa o frio desta ausência que me permeia e o calor que procuro é outro. Talvez se fechar os olhos e imaginar..

Melhor. Mas não chega.

Friday, May 07, 2010

«7: What happens next?
9: I'm not sure. But this world is ours now. It's what we make of it.»

in 9
De manhã, enquanto tomo o pequeno-almoço, penso nas coisas que tenho para fazer durante o dia e escrevo num post-it (amarelo, claro). Gosto das coisas, assim insignificantes, de uma determinada maneira. Gosto é um eufemismo. Dada a minha reacção ao imprevisto, diria que é mais uma necessidade. Uma daquelas coisas que me parecem tão óbvias que quase fico surpreendida que não o seja para os outros. Como escrever num post-it sempre com a mesma cor, ou conter apenas a caligrafia do dono do mesmo. Posto assim, é óbvio que não é óbvio para os outros como é óbvio para mim. Conclusão da história; recomeçei num post-it novo. Tenho noção do surrealismo com que estes momentos são encarados. Para mim, são aventuras. Catástrofes à espera de soluções. Não posso senão rir-me de mim mesma. Preciso, contudo, de ser mais eficiente no meu (self) damage control quanto a estes maneirismos, saí de casa atrasada e isso despoleta toda uma nova série de agressões ao sistema.

Hmm. Tudo isto me traz uma memória. Recente. Feliz. Uma certa manhã em que uma certa máquina de café insistia obstinadamente em atrapalhar. Como eu me ri. Como eu me sentia feliz a ver o sol nascer entre cafés e cigarros no degrau da janela. Cada encontro uma tentativa de dar nome à cor dos teus olhos, e ainda agora não me consigo decidir. Nos outros dias tornou-se tão mais difícil acordar. Não era a mesma coisa. Não é. Às vezes, flutua um instante no meu peito uma pequena tristeza, de todos os "não possos" em relação a ti, mas logo a seguir sorrio, um sorriso que é só teu, porque por trás do "não posso" está o "quero" e se quero é porque te encontrei, e só isso..

É tanto.

Thursday, May 06, 2010

Estou sentada no meu jardim. Sim, o meu jardim. Porque para me sentir tão profundamente em casa não poderia ser senão meu. Que saudades. Sei que também ele sentiu a minha falta. Sei porque o sol brilha. Sei porque sinto a relva sob os meus pés descalços a acolher-me de volta. Um pardal, pequenino pequenino, aproximou-se, tão perto que parecia querer dizer-me alguma coisa.

É, sem sombra de dúvida, o meu lugar preferido em toda a cidade. Não me canso de absorver o seu encanto. Sempre soube estar aqui sozinha, e gosto. Mas pode sempre ser melhor e hoje sei como. Sei o que falta. Companhia. Com "C" grande. A tua. Gostaria tanto de partilhar contigo o meu jardim. Só é meu quando aqui estou e queria mostrar-to como eu o vejo. Ias gostar. Tenho a certeza.

Aqui sentada, deitada, sentada outra vez, penso em ti. E sei que é assim aqui, como em outro lugar qualquer. Porque é assim. Penso-te com a cabeça e sinto-te com o coração e vá para onde for e faça o que fizer, tenho-te sempre comigo. Espero que não te importes. Não que tenha escolha. Não que te possa perguntar.

Amanhã volto.

Wednesday, May 05, 2010

Há tanto que quero dizer. Contar. Coisas pequeninas. Que comprei a TimeOut e me sentei num café com o toffee aos meus pés a respirar cultura urbana. Que fui cortar o cabelo e os piquinhos me fizeram rir. Que comprei espargos e cogumelos frescos. Coisas grandes também. Como me senti. Como me sinto.

- I miss you when you're gone, Cranberries
Tenho um treçolho. Não metafórico. Que chatice.

Tuesday, May 04, 2010

Mais um bocadinho..

I'm scared. More so at the thought of being wrong. But i think you get me. Maybe better than i understand myself most days. I'm not used to being "got". It's wonderful. Therefore i'm scared.

22.04.10

E se eu dissesse que a ideia de perder-te me corta o ar?

I'll take whichever format you're offering.

24.04.10

You have a fish bone stuck in your throat. Metaphorically. The words that can't be dislodged. I'd like to be a piece of bread. Metaphorically. To ease away the discomfort.

26.04.10

Estou no quarto, e depois na sala. Estou no duche, na cozinha, depois tomo o pequeno-almoço. Falo, leio, escrevo. Estou sentada na rua ao sol, a olhar para os pés. Hoje o dia acontece-me. Como que por acaso. Estou aqui e ali e as horas vão passando, e não estou. Nem aqui nem ali. Estou sentada no chão de uma noite que passou a olhar a lua entre brechas das mãos. Troco as horas dos dias que passam por mais 10 minutos e um último cigarro.

27.04.10

I'm in the mood for asking
I beg my will not be denied
For what i want is nothing more
Than the wrinkles around your eyes.

27.04.10

Tento expressar, por meio das minhas palavras gastas, o que sinto ao te ver passar. Não sei dar outra denominação senão desarmante, e não chega. O choque, de conotação neutra, tem, por regra, um catalisador. É a esse despoletar que não chego a atribuir definição. Gosto de definições. Demasiado, talvez. E no espaço de tempo que perco, ou ganho, nesta tentativa infrutífera, passas novamente. E volto a senti-lo. O quê? Não sei. E o que sinto quando a frequente passagem se torna rara paragem, é o desenrolar de um novo conjunto de perguntas, cujas respostas gostaria de encontrar em ti.

29.04.10

É doloroso, estar junto a ti, não te podendo dizer que me apaixono pelas rugas dos teus olhos. O que fazer com o sorriso que escondo do amarelo mostarda? Com as mãos que fogem dos bolsos para um espaço infinito em que no toque é devolvida a sensação da tua pele? O que fazer com as lágrimas que me sobem no peito de te ouvir cantar as palavras que quero que sejam tuas? Doi-me a tua presença, não menos que a tua ausência, por não saber parar, por não querer fingir, por ser novidade o que sinto. Nunca antes, e nunca neste silêncio. O grito não se quer deixar domar e não sei por quanto mais tempo as correntes o prendem.

A sigh is your soul breathing.

It feels windy - inside. Which makes no sense but nonetheless. My own fault for leaving the window open. But i won't close it. The freshness doesn't cease to surprise me and i pine for a new beginning. I like beginnings. The hopeful chance for getting it right. We could get it right. So i don't mind the wind really. I keep having to fight my hair off my face to be able to see, but every time i get a clear visual is as worth the trouble as the last. I don't see any better way of spending my time than looking up and finding crow's feet.

And speaking of feet.. my heart stopped for no better reason than a bump in the toe. Enough. I fear if i don't pull myself back to reality i risk being stuck in my all too wishful mind.

Sometimes there's nothing but a wall between us. And you speak in music. And i hope its me you are speaking too. I know you know i can hear. I wonder if you know my hopes. Is it them you speak to?

Sometimes, its just as good when you don't say anything. As long as you're in front of me.

Quando as vozes se tornam insuportáveis. E o silêncio não chega para as afastar. Busco explosões no céu, que me dêem não as respostas, mas o descanso de tanto as procurar. A espera é mais difícil quando sabemos o que esperamos. Nada é tão difícil quanto a dificuldade presente, as memórias diluem-se e o futuro é mera suposição. O presente vive. Quero o que espero e espero de tanto querer e na ânsia de encontrar-te, temo em te perder. Porque eu posso continuar sem ti, e fazer desta espera nova procura, mas sinto-me descontinuada somente ao pensá-lo e a esperança é a última a morrer. A espera dá, ao menos, um descanso à procura. Não quero procurar mais.

E se eu dissesse que contigo o mundo é uma fotografia, e quando te foco tudo o resto se dilui?

Gostava de entrar na tua tristeza e, com ternura, fazê-la sorrir.
Gostava de te saber, como sei o lápis e o papel.
Gostava de aprender os teus suspiros e retirar-lhes toda a dor.
Gostava de despir os teus segredos e dar-te novos a aquecer.
Gostava que tu gostasses.

«You're always trying to keep it real
I'm in love with how you feel
I don't see what anyone can see
In anyone else.. but you.»

02.05.10

E mais.

Clumsy is fitting. Endearingly so. I find myself staring. For which i apologise, but not really. So much kindness. Once i wanted to be the greatest. I don't anymore. I want to live the greatness in others. We could go dancing. We should go, anywhere, anything. You were in the sunshine today. My light, my warmth, my joy. We could go dreaming. You canvas, i paintbrush. There's a faint echo of you in the music, i can almost hear you sing. We could go swimming. In the moonlight. Just you and i in the freckled darkness. And the sound of unsettled waters. You unsettle me - to the point where i never want to stand still again. We could go running. You'd lose me in the high grass and i'd whisper you back to me. I wake up and the sky isn't falling anymore. I'm not so afraid to be scared. Every day can be halloween, every ghost can be make believe. You're real, amost too real, almost painful. Just enough. We could stay. Together. For as long as we made eachother smile. For as long as it takes to end the world.

05.04.10

Estou longe, tão longe, que nem de perto me alcançavas.
Acelera o passo, corre se for preciso,
Estou longe, muito longe, mas quero-te comigo.

13.04.10

Your smile fills my heart.

20.04.10

Purple rain has a whole new meaning. Because you look so good it really does hurt sometimes. Make it happen.

20.04.10

Não sei defini-lo, o que me fazes sentir. Ou talvez saiba mas não queira. Porque é melhor senti-lo que pensá-lo. Sei, contudo, que é delicioso. Como tu. Se pudesse escolher, não sentiria de nenhuma outra forma. Sou uma bola de sabão, tu também. Tecido frágil, quase tangível. Podemos rebentar sim. Ou podemos flutuar, sem rumo concreto, enquanto durármos. Gostava de me perder contigo, à deriva. Podíamos falar até gastar todas as palavras e depois gozar juntos o silêncio até que voltassem. Bastava o "se" se tornar num "quando". Quando quiseres. Eu espero.

20.04.10

Hoje queria. Um qualquer indício. Qualquer coisa que contrariasse a incerteza. Não quero estar sozinha nisto. É simples. Estou farta de imaginários. Sonho sim, mas com a possibilidade do real. Dá-me um bocadinho, pequeno que seja, de verdade. Uma verdade nossa. Minha e tua. Se soubesse ser mais que ilusão fantasiosa, talvez fosse mais fácil esperar. Talvez. Quero saber, mais que desejar, que esse teu sorriso seja para mim. Quero a tua ternura. Dizer-te como me enches. Surpreende-me. Mais. Por favor. Não sei se peço o certo, se quero o que digo e digo o que quero. Mas sei quem. Sei bem demais. Tu sabes?

20.04.10

Se tentasse, não conseguiria escrever sobre outra coisa. MAs não tento. Faz-me sentir mais perto. São as palavras que não podem chegar a ti. Ao menos não se perdem. Guardo-as eu, não te preocupes, eu nunca perco nada.

20.04.10

Quero dar-te a mão (acho que dissolveria) Valeria tanto a pena.

20.04.10

E se eu fosse um copo de iogurte?

20.04.10

A sala está cheia. Fecho os olhos e não existe ninguém. A não ser uma sombra. Persistente. Inquietante. Tenho medo de abrir os olhos e descobrir que partiu. Enquanto permaneço assim sinto. Não quero que parta. Egoísmo? Não. Dar-lhe-ia luz, se mo permitisse.

20.04.10

You're adorable in the morning. (BUt then you always are.)
6 a.m. and my heart is racing like i just won a marathon. You ask me if i'm anxious. Don't be, you say. Do you know you're to blame? I dreamt of you. MY dreams keep me from sleeping. Psst. You're adorable in my sleep. But even better in the morning.

21.04.10

Foram tantas as voltas que dei que os lençois ganharam vida.
Amarras soltas de força desperta, cuspiram-me da cama.
Procurei no escuro um cigarro, e lume, dei-me por derrotada.
Do frio que fazia na rua, protegia-me o manto do sono.
O fumo dispersava e eu pensava na posição do teu corpo - quase-morto, quase-vivo.
Voltei para dentro. Psst. Chamavas-me. A música também.
Não pude senão sentar-me, olhar-te, esperar que não me mandasses embora.
O meu coração cansado continuou a lutar por atenção que, sem saberes, eras tu que ias dando. Que todas as manhãs fossem assim.

21.04.10

Delírios, alguns.

Twice a week, my heart beats twice a week.
Every other week it beats times three.
And then i wake the day after from the day before,
And my heart stops..

And then it beats some more.

18.03.10

Leva-me contigo
Leva-me p'ra longe
Mas leva-me perto..
Há no espaço entre as palavras
Um silêncio que (me) comove.

21.03.10

O que tu não sabes
E eu finjo que não sei
É que sabes melhor
O que eu saber não ousei.

22.03.10

És o dia que começa lentamente,

O sol tímido que se envergonha
De tomar o seu lugar no alto,
De destronar a lua
E dar descanso às estrelas

Pedes por favor às nuvens,
Nessa tua força prudente,
Que te saiam do caminho -
Nem sempre obedecem.

Demoras-te no meu peito
O teu calor na minha pele
E quando te despedes
Guardo nos olhos fechados
Nódoas negras da tua ausência

É por ti que durmo de olhos fechados.

22.03.10

A ressacar a tua ausência. Também eu me sinto presa às circunstâncias, quero o relógio sem tempo, o que quisermos, fazer-te sorrir, sorrir eu também.

28.03.10

Temo o que a liberdade me trará. Estás tão longe assim perto, o que fará a distância palpável? Quero a pura inversão. Mais que a imaginação. A confiança parece-me alcançável nessas últimas horas do dia em que a minha própria serenidade me comove e tu estás ao meu lado. A música é melhor assim, contigo.

28.03.10

O dia em que a hora mudou.

Combinaram encontrar-se nesse dia, à hora em que a hora mudava. Combinam cada um para si, na esperança da combinação do outro.
O dia tem tantas horas.
Antes do encontro viria ainda a dança silenciosa dos meios encontros. E ainda algures no meio desse malabarismo incompreensível, os três-quartos-de-encontro, cuja subtileza faz duvidar a realidade. Pela manhã, são os cigarros que se acompanham, as mãos que os seguram - e estendem em braços e corpos inteiros - não são mais que sombra de fumo. Entardece, e são as vozes que ecoam, não há ainda espaço para significados. O ritual ganha densidade, massa, volume. E cai a noite. Como companhia, só o vibrar da circunstância. Encontram-se afinal. Finalmente. Ainda assim, finge cada um a coincidência, receio do fingimento alheio. Os sentidos ganham sentido, em cada palavra, gesto, tom, pausa.. despedem-se desajeitados ao soar da meia-noite, e sem perturbar o silêncio, entre o pensamento e o sonho, a hora muda.

28.03.10
Serendipity

1. The faculty of making fortunate discoveries by accident.
2. The fact or occurrence of such discoveries.
3. An instance of making such a discovery.