Wednesday, May 12, 2010

Every day that passes is a day closer to you.

A casa está em obras e todas as superfícies estão cobertas de pó. O único lugar vago para sentar é o baloiçinho de madeira pendurado no alpendre. Balanço-me lentamente, para trás e para a frente, virada para o sol, e perco-me em cenários imaginados, de olhos fechados, que um dia sei que vou partilhar.
Penso na simplicidade de um baloiço; duas cordas e uma tábua de madeira. Em torno, penso na nossa simplicidade, a que permeia quando estamos só os dois, e em como ela sustenta a complexidade do que nos rodeia. Essa complexidade dissolverá com o tempo, o peso do tempo provamos continuamente conseguir suportar, e a simplicidade, esta que é só nossa, permanece a única realidade.

No campo sinto mais ainda a tua falta.

I've been waiting for years. I never knew what I was waiting for. Now I do. I know it in my veins.

Tenho o mar à minha frente! O mar da Comporta. Aninhada num puff cor-de-laranja, coberta por uma manta às riscas cor-de-rosa, com um chá de frutos vermelhos a aquecer-me as mãos. O vento luta por virar as folhas do meu caderno mas eu não deixo. Apetece-me um doce. O mar está três tons de azul, pintalgado de rebentações em branco. Gosto do mar. A ilusão do infinito. O leito do sol. Uma tarte de limão talvez. Não. Tiramisú. É pelo nome. Há palavras a que não resisto. Garfo ou colher? Colher. Mmmm... desfaz-se na língua. E o pó de chocolate cola ao céu da boca. Comer pode ser um prazer. Há descobertas que demoram. Invariavelmente, escrevo alguma coisa que me faz pensar em ti. É mais forte que eu, és o meu tema preferido. Inexhaustible. Há descobertas que demoram. Descobri-te. E quero continuar a fazê-lo. E quero que demore. E quero descobrir contigo. E quero que me descubras. E mais, muito mais... «Discover me discovering you.»

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