Tuesday, October 16, 2007
Sunday, October 14, 2007
You saw me then as i am now.. thank you.
«Menina de lacinho, a minha idealização de feminilidade. Um olhar bem alto da altivez necessária que se desmancha em sorrisos em grandes tardes passadas em conjunto. Um bolo de noz, uma melância, torres de chocolate, quartos, escritas, o recheio de uma companhia de horas infindáveis onde as palavras às vezes demoram a saír. Quantos momentos ao sol passados, quantos momentos em sofás, em muros, em bidões que fervem, em óculos de sol pintalgados de pequenos traços de fumo. És um porto seguro, de quem também eu espero ser. És a intensidade necessária a uma melhor aceitação da ambição, és a segurança coberta de uma insegurança que não consegues evitar, és desiludida mas não queres deixar de te iludir pela vida, e não o faças, apenas vive quem em ilusões se mexe, em fantasias, em desejos, em carinhos significantes em momentos perturbantes. Mais uma vez, num momento difícil, sabes que estou aqui para ti. Ah, e vai montar golfinhos.»
- V.R., 14 Julho 2006
"W" is for weekend. "W" is for work.
A vida não é um mar de rosas. Qualquer coisa está a faltar. Tem de estar. Que sentido faria não ter porque lutar, razões para chorar, barafustar, parar..? A facilidade que descubro em partilhar o meu tempo com os outros tem uma particularidade menos positiva. É divertido sentar-me a jantar ‘fajitas’ no chão do corredor com mais cinco “colegas”, ver o Rugby no Bar no meio de dezenas de fãs ferrenhos e ficar a conversar sobre «n’importe quoi» com um vizinho até adormecer mas é evidente que há consequências por passar os dias numa atitude assumidamente diletante.. o trabalho amontoa-se. E quando nos é dado a conhecer o “bem bom”, qual de nós não deixa a preguiça instalar? Até resmungar pelo excesso de trabalho substitui fazer o trabalho em si. Preciso de motivação. O problema de um curso progressivo está na continuidade (redundante?), sem perceber a lição anterior não se vai perceber a seguinte e sem aumentar a velocidade não se vai sair do mesmo sítio. Blargh, águas paradas. Mas a urgência não é uma justificação que me convença. A pressão do deadline não pode ser uma causa legítima para estudar. Quero paixão. Quero a sede de conhecimento que garanto existir por já ter sentido. Ah. Mais um dilema da vida. Como recuperar uma sensação perdida? Vou já fazer uma lista e pedi-las ao Pai Natal. Já nem falta assim tanto tempo. O tempo suficiente para me portar bem e mostrar que mereço um mimo ou dois. Também não é fácil estar sozinha – mas eu aguento-me bem. Ha! Eis a motivação prescrita! Vou provar que me sei comportar, que faço o que me é pedido e o que não é preciso pedir. (Just like being home.. Oh I do miss my mummy, I do..I do!) Ui! Tantos presentes que vou receber este ano! Cobiçosa?! Eu não! Cada por si. Cada um à sua maneira. Vou tentar, porque cada um mais que isso não pode a si mesmo pedir. Realmente não estou acostumada a este esforço especifico.. mas quem sabe melhor que eu sobreviver a uma cabeça constantemente inundada de inutilidades (e utilidades!)? Hoje, Domingo, vou-me esfolar a trabalhar e se amanhã esta afirmação se provar falsa, espero vivamente um ataque de forças armadas.
Tuesday, October 09, 2007
askun fii jamiil medina
O meu primeiro verdadeiro “rainy day”. E que chuva! Confesso que andar de bicicleta à chuva não é tão Jonathan Rhys-Meyer e Scarlett Johanssen a beijarem-se urgentemente no meio do campo como eu gostaria. Chegar a casa, vestir roupa quentinha e beber um chá é, consequentemente, incrivelmente gratificante. Depois de duas horas de ‘História do Médio Oriente’ e ‘A Língua Árabe’ tenho algumas cinco horas de estudo intensivo pela frente e depois treino de futebol e/ou rugby (seria de esperar que num país tão organizado conseguiriam comunicar o suficiente entre si para não marcar duas actividades ao mesmo tempo).. e provavelmente mais umas horas de leitura antes do jantar. Os NatScis (Ciências Naturais – pronunciados Nazis comicamente) estão todos nas suas grandes salas de palestras a desvendar o misterioso mundo da química, física ou biologia pelo que no corredor só se ouve o aspirador distante da SOMETHING nos quartos do fundo.
Tenho saudades de casa, uma sensação de “falta” saudável que me provoca um sorriso enternecido ao evocar episódios – estranhamente – recentes. O impedimento da correspondência imediata é simultaneamente frustrante, por transmitir uma impressão de ignorância equivalente à espera de notícias de um bloco operatório, e basilar, na medida em que o tempo permite acumular mais informação essencial para recontar e menos pormenores sobejos pouco amigos do tarifário de chamadas internacionais.
Que bem que se está no campo! O conforto é inimigo da concentração, já do sono…
Tenho saudades de casa, uma sensação de “falta” saudável que me provoca um sorriso enternecido ao evocar episódios – estranhamente – recentes. O impedimento da correspondência imediata é simultaneamente frustrante, por transmitir uma impressão de ignorância equivalente à espera de notícias de um bloco operatório, e basilar, na medida em que o tempo permite acumular mais informação essencial para recontar e menos pormenores sobejos pouco amigos do tarifário de chamadas internacionais.
Que bem que se está no campo! O conforto é inimigo da concentração, já do sono…
Saturday, October 06, 2007
Second floor - short corridor
Estranho como tão rapidamente me acostumei a esta mudança. Estranho bom. Não costumo ser boa com mudança. Que palavra tão feia, “mudança”, nunca tinha reparado. Agora sou estrangeira por isso suponho que poderia simplesmente dizer change. A verdade é que eu já faço isso e também já sou estrangeira há muito tempo. Agora sou imigrante. É isso. A minha reacção standard às leves oscilações na harmonia do meu mundo é normalmente muito parecido com o que Freud inicialmente intitulou de «sintomas mórbidos», ou seja, histeria. Ter de REanalisar ao mais microscópico pormenor uma qualquer conjuntura que já havia sido sujeita a um complexo processo de auto introspecção é exactamente o tipo de situação que eu evito. Mesmo. E no entanto, aqui estou, tão longe (física e conceptualmente) do meu habitat natural.
Os dias aqui passam depressa e assim descubro como a rotina diária me assenta que nem uma luva. Matinal como sempre, aproveito o sossego das horas calmas para estar comigo neste quarto que agora é “o meu quarto”, gosto de o ter arrumado e organizado mas não de uma maneira esterilizada, só confortável, personalizado ao verdadeiro estilo estudantil: um ou outro objecto simbólico de recordação, uma manta e muitos posters.
A partir da alvorada geral, as portas deixam-se abertas e as entradas e saídas são bem-vindas. Os corredores também são uma paragem obrigatória quando o dia no exterior acaba. A noite vem mais tarde. Na cozinha todos partilhamos mas ouve-se dizer que na vizinha não é bem assim. O Mark, génio da matemática, dorme uma hora por noite e não parece ter muita necessidade de ingerir alimentos. É naïf e inocente e a minha primeira fonte (inesgotável!) de conversas intelectualmente estimulantes. O Fred (Freddy só eu lhe chamo, ajuda com as saudades de casa) é o meu teddy bear – grande é a palavra de ordem – todo ele é ternura, sem qualquer ameaça à sua masculinidade. Estuda no meu quarto e ajuda-me a decorar palavras árabes através de cartões que eu desenhei meticulosamente. Eu faço o jantar e ele lava as panelas. O James proclamou-se o meu “peer supporter” e quando entro em stress mode é o primeiro a socorrer – mas já todos ajudam, e ajuda mesmo! Ouve The Fray constantemente enquanto estuda a diferença entre células carótidas e umas outras com um nome semelhante que eu não senti qualquer necessidade de decorar. Sem aquele insuportável positivismo inabalável pelo qual certos indivíduos neste mundo se regem, é do tipo look on the bright side. A Sandra, que vem de Liverpool e é Serva, tem um sotaque reconhecível a quilómetros de distância. Linguista como eu está a tirar Espanhol e Português e já prometi dar uma mãozinha. Ofereceu-me um poster do James Dean porque sim. Girl talk, therapy and cigarettes. Mantém-se para a Nicole também com quem sou extraordinariamente compatível. Esta doida viajou pela América Latina sozinha e foi ao «Burning Man Festival» (Lembras-te, Freddy, do “Malcolm in the middle”?!). Prevejo um trio inseparável. Ontem, com a ajuda de alguns copos, já professamos o nosso amor umas pelas outras. Há três Jo’s – que eu conheço pelo menos – uma calminha, duas loucas. A Josephine que é (fortunately!) o género da minha mana e a Joanne. Party girls ao máximo. Which stays true para a Yoon, Coreana mas bifa, grita por mim do fundo do corredor só para me cumprimentar. No 80’s disco de ontem (devidamente caracterizada) conheci mais uns quantos. O meu grupinho de Orientalistas é composto da Harriet, outro James (há bastantes) e o Frankie. A Harriet é very posh-blonde-hyphenated surname-fun-sociable-British. O James é uma versão mais relaxada de mim e talvez por isso sempre preocupado se estou good. O Frankie é o niponic-wannabe do grupo, muito Indie e alternativo, renunciou ser Francis and all that follows. Os quatro montados em bicicletas, cortamos caminho por entre campos, vacas, pontes e riachos para chegar à FAMES (Faculty of Asian & Middle Eastern Studies). Eu sou Marrrta, Mata, Mutter, Martha… enfim. O próprio campus é alucinante, muito verde, muitos esquilos. E sim, há muito trabalho. Bem, se calhar já chega, só para dar um gostinho. Sinto-me em casa mas não me esqueço de casa.
Os dias aqui passam depressa e assim descubro como a rotina diária me assenta que nem uma luva. Matinal como sempre, aproveito o sossego das horas calmas para estar comigo neste quarto que agora é “o meu quarto”, gosto de o ter arrumado e organizado mas não de uma maneira esterilizada, só confortável, personalizado ao verdadeiro estilo estudantil: um ou outro objecto simbólico de recordação, uma manta e muitos posters.
A partir da alvorada geral, as portas deixam-se abertas e as entradas e saídas são bem-vindas. Os corredores também são uma paragem obrigatória quando o dia no exterior acaba. A noite vem mais tarde. Na cozinha todos partilhamos mas ouve-se dizer que na vizinha não é bem assim. O Mark, génio da matemática, dorme uma hora por noite e não parece ter muita necessidade de ingerir alimentos. É naïf e inocente e a minha primeira fonte (inesgotável!) de conversas intelectualmente estimulantes. O Fred (Freddy só eu lhe chamo, ajuda com as saudades de casa) é o meu teddy bear – grande é a palavra de ordem – todo ele é ternura, sem qualquer ameaça à sua masculinidade. Estuda no meu quarto e ajuda-me a decorar palavras árabes através de cartões que eu desenhei meticulosamente. Eu faço o jantar e ele lava as panelas. O James proclamou-se o meu “peer supporter” e quando entro em stress mode é o primeiro a socorrer – mas já todos ajudam, e ajuda mesmo! Ouve The Fray constantemente enquanto estuda a diferença entre células carótidas e umas outras com um nome semelhante que eu não senti qualquer necessidade de decorar. Sem aquele insuportável positivismo inabalável pelo qual certos indivíduos neste mundo se regem, é do tipo look on the bright side. A Sandra, que vem de Liverpool e é Serva, tem um sotaque reconhecível a quilómetros de distância. Linguista como eu está a tirar Espanhol e Português e já prometi dar uma mãozinha. Ofereceu-me um poster do James Dean porque sim. Girl talk, therapy and cigarettes. Mantém-se para a Nicole também com quem sou extraordinariamente compatível. Esta doida viajou pela América Latina sozinha e foi ao «Burning Man Festival» (Lembras-te, Freddy, do “Malcolm in the middle”?!). Prevejo um trio inseparável. Ontem, com a ajuda de alguns copos, já professamos o nosso amor umas pelas outras. Há três Jo’s – que eu conheço pelo menos – uma calminha, duas loucas. A Josephine que é (fortunately!) o género da minha mana e a Joanne. Party girls ao máximo. Which stays true para a Yoon, Coreana mas bifa, grita por mim do fundo do corredor só para me cumprimentar. No 80’s disco de ontem (devidamente caracterizada) conheci mais uns quantos. O meu grupinho de Orientalistas é composto da Harriet, outro James (há bastantes) e o Frankie. A Harriet é very posh-blonde-hyphenated surname-fun-sociable-British. O James é uma versão mais relaxada de mim e talvez por isso sempre preocupado se estou good. O Frankie é o niponic-wannabe do grupo, muito Indie e alternativo, renunciou ser Francis and all that follows. Os quatro montados em bicicletas, cortamos caminho por entre campos, vacas, pontes e riachos para chegar à FAMES (Faculty of Asian & Middle Eastern Studies). Eu sou Marrrta, Mata, Mutter, Martha… enfim. O próprio campus é alucinante, muito verde, muitos esquilos. E sim, há muito trabalho. Bem, se calhar já chega, só para dar um gostinho. Sinto-me em casa mas não me esqueço de casa.
Wednesday, October 03, 2007
Full of bits
«So for those of you falling in love keep it kind, keep it good, keep it right..
Throw yourself in the midst of danger, but keep one eye open at night..
Somehow i'll get through the winter, somehow my lying will decay..
I'm a drug you don't want to give up..
Smoke your cigarette and wake your love..
Oh lover hold on till i come back again for these arms are growing tired and my tales are wearing thin, if your patient i will surprise.»
(Album teazer video - rachaelyamagata.com)
Throw yourself in the midst of danger, but keep one eye open at night..
Somehow i'll get through the winter, somehow my lying will decay..
I'm a drug you don't want to give up..
Smoke your cigarette and wake your love..
Oh lover hold on till i come back again for these arms are growing tired and my tales are wearing thin, if your patient i will surprise.»
(Album teazer video - rachaelyamagata.com)
Monday, October 01, 2007
Ladies and gentleman,
Escrevo abordo do avião easyjet U22366 com destino a Luton. Estes últimos dias foram um caos inacreditável mas sem eles nunca teria percebido a magnitude do que é deixar-vos a todos e partir à aventura. Tenho mil coisas para agradecer:
Ao António primo, ao Tiago, à Rita, à Maria, à Cristina, à Catarina, ao Vasco, à Matilde, à Sofia, ao Duarte, ao Zaok, ao Jair e ao Freddy por terem alinhado no meu festim árabe. Ao João, ao Rocha, à Carlota prima, à Madalena, ao Ricardo e ao Baíco pela paragem simbólica. À Joana Queiró pela vontade. Ao Luís pelo telefonema.
À Maria pela sua festa, à Joana pelos brindes, à Matilde Amaral pela ternura e hiper-sociabilidade, à Luísa pelo entusiasmo, ao António Cid pelo consultório psicanalítico no jipe, à Cristina pelo kizomba, à Joana pelos cigarros, ao João Maria pelo perdão, ao Francisco pela condução, ao Gonçalo pela boleia e pela música, ao ZeGui pela camisa cor-de-rosa, ao Gustavo pela dança, ao António S.L. pelo “já que estamos numa de partilha..” e pelo abraço de despedida, pelo movimento dos pés descalços.
Ao Vasco, à Catarina e à Mafalda pela Fuzeta. Ao João Maria pelas horas e horas e horas de telefonemas. À Carlota pelo beijo queijo.
Ao Miguel pelos e-mails, o passeio no chiado, a última noite, a insistência.
Ao Zé pela espera, o café com gelado, a volta à Lapa por uma última despedida.
À Maria Pimenta pela excitação. Ao António primo pelo “ciao-ciao”.
Ao Tiago pela prudência. Pelo pequeno-almoço. À Carlota prima e à Madalena pela visita matinal no dia da partida. À Mana pela resmunguice que se traduz em ansiedade de separação. À Maria e à Joana pela surpresa no aeroporto, os presentes, o choro, o histerismo, as pastilhas, os beijinhos e abraços, as últimas caras que vi antes do check-in e o choro compulsivo que as demais surpresas me provocaram.
Pelo João Maria, a Luísa, o António primo, a Cristina e o Vasco pela intenção.
Por todos os que quiseram e não puderam despedir-se, pelos que não sabem que parti, pelos que merecem que lhes agradeça coisas que não posso escrever aqui.
Sei que me esqueci de coisas mesmo importantes.. é inevitável. Vou ter saudades e isso é bom, agora sei que quero voltar e que todos vocês gostam de mim (neuroses, complexos e silêncio incluídos!) Graças a esta lista de acontecimentos e tantos outros pormenores sinto-me um bocadinho mais segura de que vou dar-me bem.
Daqui a dois meses estou de volta, é mesmo pouco! Mesmo assim.. escrevam, falem, espirrem na minha direcção porque eu não quero, de maneira nenhuma, que deixem de fazer parte da minha vida.
Quem diria que este ano acabaria assim?
Com tempo seguir-se-ão e-mails individuais, pessoais e intransmissíveis (muito lamechas e sentimentais!).
Eu estou aqui:
209 West House
Homerton College
Cambridge
CB2 8PH
England
Muitos milhares de beijinhos babados e abraços asfixiantes e frases feitas.
Parto feliz.. não consigo imaginar melhor começo. See you soon!
Escrevo abordo do avião easyjet U22366 com destino a Luton. Estes últimos dias foram um caos inacreditável mas sem eles nunca teria percebido a magnitude do que é deixar-vos a todos e partir à aventura. Tenho mil coisas para agradecer:
Ao António primo, ao Tiago, à Rita, à Maria, à Cristina, à Catarina, ao Vasco, à Matilde, à Sofia, ao Duarte, ao Zaok, ao Jair e ao Freddy por terem alinhado no meu festim árabe. Ao João, ao Rocha, à Carlota prima, à Madalena, ao Ricardo e ao Baíco pela paragem simbólica. À Joana Queiró pela vontade. Ao Luís pelo telefonema.
À Maria pela sua festa, à Joana pelos brindes, à Matilde Amaral pela ternura e hiper-sociabilidade, à Luísa pelo entusiasmo, ao António Cid pelo consultório psicanalítico no jipe, à Cristina pelo kizomba, à Joana pelos cigarros, ao João Maria pelo perdão, ao Francisco pela condução, ao Gonçalo pela boleia e pela música, ao ZeGui pela camisa cor-de-rosa, ao Gustavo pela dança, ao António S.L. pelo “já que estamos numa de partilha..” e pelo abraço de despedida, pelo movimento dos pés descalços.
Ao Vasco, à Catarina e à Mafalda pela Fuzeta. Ao João Maria pelas horas e horas e horas de telefonemas. À Carlota pelo beijo queijo.
Ao Miguel pelos e-mails, o passeio no chiado, a última noite, a insistência.
Ao Zé pela espera, o café com gelado, a volta à Lapa por uma última despedida.
À Maria Pimenta pela excitação. Ao António primo pelo “ciao-ciao”.
Ao Tiago pela prudência. Pelo pequeno-almoço. À Carlota prima e à Madalena pela visita matinal no dia da partida. À Mana pela resmunguice que se traduz em ansiedade de separação. À Maria e à Joana pela surpresa no aeroporto, os presentes, o choro, o histerismo, as pastilhas, os beijinhos e abraços, as últimas caras que vi antes do check-in e o choro compulsivo que as demais surpresas me provocaram.
Pelo João Maria, a Luísa, o António primo, a Cristina e o Vasco pela intenção.
Por todos os que quiseram e não puderam despedir-se, pelos que não sabem que parti, pelos que merecem que lhes agradeça coisas que não posso escrever aqui.
Sei que me esqueci de coisas mesmo importantes.. é inevitável. Vou ter saudades e isso é bom, agora sei que quero voltar e que todos vocês gostam de mim (neuroses, complexos e silêncio incluídos!) Graças a esta lista de acontecimentos e tantos outros pormenores sinto-me um bocadinho mais segura de que vou dar-me bem.
Daqui a dois meses estou de volta, é mesmo pouco! Mesmo assim.. escrevam, falem, espirrem na minha direcção porque eu não quero, de maneira nenhuma, que deixem de fazer parte da minha vida.
Quem diria que este ano acabaria assim?
Com tempo seguir-se-ão e-mails individuais, pessoais e intransmissíveis (muito lamechas e sentimentais!).
Eu estou aqui:
209 West House
Homerton College
Cambridge
CB2 8PH
England
Muitos milhares de beijinhos babados e abraços asfixiantes e frases feitas.
Parto feliz.. não consigo imaginar melhor começo. See you soon!