Strange new world
Será que o problema é mesmo querer as coisas erradas? A mim parece-me que quero o mesmo que todos os outros; beleza, sucesso, sanidade.. Talvez o fracasso esteja em ser a altura errada. Mas como deixar de querer temporariamente o que se quis eternamente? Qualquer compromisso traz injustiça. Se aceito que não correspondo à raça humana e de facto estou a pedir demais em ansiar por paixões e sensações e descanso de alma e maturação devo aceitar que a minha juventude não joga a meu favor e serão longos os anos até que o fim leve de mim a recorrente tentativa de um princípio. Se sou vítima de uma simples fase - adolescente ou não - de insatisfação constante e desespero então sou obrigada a esperar o incerto por tempo indefinido, simultaneamente e consequentmente alimentando as minhs neuroses.
Não posso mais fantasiar! Tudo o que sou não é mais que uma criança precoce que leva na sua pela um vago delinear de um corpo outrora menor. Antes fosse criança, inocência um orgulho e não carimbo estampado na testa. Os filmes são mesmo a minha droga, tão poderosa e viciante que largo qualquer tentativa de ser activa. Sou a menina com que todos os pais se deliciam, tanto que no fim do jantar sou requisitada para conversa enquanto os filhos seguem a sua vida. Seguir a vida. Não, desculpe, não compreendo, isso é uma abstracção? Não lido muito bem com elas, sabe? Deus e Amor e Emoção e outras tantas com letra maiúscula. De olhos fechados o cenário desenrola numa vida de perfeição em que eu sou protagonista mas ao abrir os olhos não passo de figurante e o filme nem sei de quem é. Vou esperando, fingindo que oiço os que se consideram sábios, que não se apercebem de que acreditar em conselhos quando não se acredita na existência é incompatível e a tentativa vã não é mais que paz de espírito do orador. Eu não sei quem te perdeu.
Não posso mais fantasiar! Tudo o que sou não é mais que uma criança precoce que leva na sua pela um vago delinear de um corpo outrora menor. Antes fosse criança, inocência um orgulho e não carimbo estampado na testa. Os filmes são mesmo a minha droga, tão poderosa e viciante que largo qualquer tentativa de ser activa. Sou a menina com que todos os pais se deliciam, tanto que no fim do jantar sou requisitada para conversa enquanto os filhos seguem a sua vida. Seguir a vida. Não, desculpe, não compreendo, isso é uma abstracção? Não lido muito bem com elas, sabe? Deus e Amor e Emoção e outras tantas com letra maiúscula. De olhos fechados o cenário desenrola numa vida de perfeição em que eu sou protagonista mas ao abrir os olhos não passo de figurante e o filme nem sei de quem é. Vou esperando, fingindo que oiço os que se consideram sábios, que não se apercebem de que acreditar em conselhos quando não se acredita na existência é incompatível e a tentativa vã não é mais que paz de espírito do orador. Eu não sei quem te perdeu.