"O calor, como uma roupa invisível, dá vontade de o tirar."

- Bernardo Soares

we all have our reasons

Perdoas-me? Sei que me vais perdoar. Sei que vais perceber.
Faço o que tenho de fazer - por muito umbigista que seja.
Não me queres ver bem? Queres. Eu sei que queres.
Então deixa-me ter este segredo. Só este. É meu.
É um segredo bom , não te preocupes. É uma segredo que me faz sorrir, que me faz rir, que me faz feliz. É grande e forte e simples.. O segredo.
Um dia conto-to - prometo - mas não agora, não já, ainda não o quero partilhar, por enquanto é só meu.. O segredo.

«only the gentle are ever really strong..»

Estou de férias. Só me apetece chorar. Não sei o que fazer comigo. É sempre tudo pelos motivos errados. Não sei o que me falta fazer. Tudo o que faço é uma tentativa de mudar. Mas nada muda. Porque é que eu sinto tanto que preciso de mudar?
A tua insatisfação não provoca a minha. Não devia. Tu. Quem? Inúmeras caras. Tantas. "au".
Já estou a chorar - já desde o «sempre». Irónico.
Sou uma irrecuperável, em tudo o que faço, e faço tudo, e tudo de nada serve porque nada muda, e eu não estou satisfeita.. porque tu não estás.
Continuo sozinha. Sempre sozinha e sempre só - abandonada num mundo cujas paredes são decoradas de todas as coisas que me assustam, me provocam, me enlouquecem.
Também tu lá estás emoldurado(a), tu, que só quase me defines mas nunca - nunca - deixas de me ensombrar.
São três da manhã. Hoje vou dormir com o meu ursinho de peluche - largaste-me ao abandono - bem preciso, em dias em que nem a imaginação supera a indignidade da nossa mútua existência.
Estou de férias, e não sei estar. Não me deixas, não queres? Então mentiste.
GAME OVER.