Grace

Se eu pudesse ter um super poder?
Ignorar. Não, não ignorância. Saber ignorar. Criar um mecanismo de defesa automático para eliminar os pensamentos insistentes. Os que chateiam. A não-sei-quantas chamou-me não-sei-o-quê e eu não concordo mas não me consigo esquecer. Não-sei-quem sabe bem como me provocar mas eu não quero pensar nisso. Um botãozinho ou uma palavra mágica, uma capacidade inerente e puff..
O mais difícil de ignorar é a auto-crítica, a insegurança que se alimenta da mais pequena dúvida e cresce incessantemente. Eu não sou, eu não consigo, eu devia, blablabla. A sua presença é - às vezes - tão esmagadora que é impossível procurar «o lado bom» (Utopia?!). Devo manter-me ocupada, principalmente, para não ficar sozinha comigo mesma. É perigoso.
É preferível viver de memórias. Ainda há mais por fabricar. E por uma vez na vida quero mesmo acreditar que «vai correr tudo bem».